sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

(a)versões

Quem acompanha este blog já deve ter reparado meu desgosto com as versões que brasileiros fazem de músicas latinas. Eu já havia pensado em escrever sobre isso, mas pensei que talvez acabaria ficando venenoso demais... Acontece que artistas pops brasileiros tem o péssimo hábito de se valer dos hits latinos, quase sempre melando (pra evitar outro termo) a música. Só que há exatamente uma semana a amiga e colaboradora deste blog Ferfer me mostrou algo revoltante.

Entre o céu e a terra - KLB

Versão de Nada es para siempre, do
Luis Fonsi

Como assim? Esses três ETs ACABARAM com a música. Não bastasse a falta de voz do Leandro, a letra ficou totalmente nada a ver! Comparem:

"Nadie sabe amor
Nadie sabe que podra pasar mañana
Quiero amarte hoy
Quiero abrir todas las puertas de mi alma"
Nada es para siempre

"Ninguém sabe,amor
Ninguém sabe se amanhã é paz ou guerra
Hoje eu quero amor
Quero abrir as portas entre o céu e a terra"

Entre o céu e a terra

Sinceramente, né...

Pois é, além de acabar com as próprias músicas, o caélebê tem a péssima mania de fazer versões. Pra quem não sabe, o grande sucesso de início de carreira dos moços, A dor desse amor, nada mais é do que A puro dolor do Son by Four.

A puro Dolor - Son by Four


Wanessinha Camargo não poderia ficar atrás de seu ex; já mostrei aqui a péssima versão de Abrazame. Independentemente de ela estar melhor como cantora ou não (okay, Jananda), a original do Camila é bem³ melhor, convenhamos. E a moçoila também fez Me engana que eu gosto, que na verdade é Mienteme da deeeva Olga Tañon. Nem comento.

Mienteme - Olga Tañon


Pior que isso só aqueles forrós bagaceira que insistem em destruir temazos alheios.

Criança perdida - Bruno e trio


Versão de Lábios Compartidos, do Maná. Um tiro no ouvido!


Também já falei por aqui de Prometida do Br’oz (“inspirada” em Fruta Fresca, de Carlos Vives) e de À sua maneira do Capital Inicial (um sacrilégio com De Música Ligeira, do lendário Soda Stero). E poderia passar a vida aqui lembrando de exemplos e mais exemplos. Isso me remete a um certo post, em um certo blog há algum tempo atrás e do comentário “não regravarás o irregravável”.

Mas... Devo admitir que nem sempre as versões são esses estragos homéricos. E para mostrar isso lembro que essa questão de regravar a música vecina é via de mão dupla – as canções brasileiras são muito copiadas por aí. Quem não conhece Lourinha do cabelo bombril, dos Paralamas do Sucesso? E quem diria que essa música reconhecida por ter uma letra tão à brasileira é na verdade Párate y Mira dos argentinos Los Pericos?!
E temos então o revide dos hermanos; o clássico O tempo não pára de Cazuza foi transformado em El tiempo no para, do Bersuit, uma das bandas que mais reflete a argentinidade segundo o povo de lá. Por incrível que pareça a letra teve poucas mudanças, ouçam:

El tiempo no para - Bersuit

"Y así nos hacemos argentinos!" *risos*
Não supera Cazuza, claro, mas até que não ficou mal...


E, para encerrar a longa sessão versões de hoje, a banda argentina de punk Attaque 77:

Perfección - Attaque 77



Fui só eu que achei melhor que a original?

5 comentários:

Anônimo disse...

Morri de rir com o post! Os vídeos não estão aparecendo, às vezes o youtube some. Amanhã volto para assitir e já venho com um certo preparo psicológico!

Acho linda essa versão de O tempo não pára e concordo que essa do attaque ficou até melhor que a original. Outras que ficaram melhores que a original, na minha humilde opinião são Amigo(do Roberto Carlos) que o Attaque regravou e Complicado e Aturdido(mulher de fases) do Los Pericos. Já ouviram?

Fernanda disse...

Nooooossa Carlitaaaaa!
iuhahahauhuahua adorei o post.. sabia que ia ficar 'show de bola'
verrrrrrrrry goog ma friend (y)

Monique Ludmila. disse...

Adoray!
Ah, odeio versões.

Sei que não é latino, mas... o que me diz de Against All Odds da Mariah Carey? Pelamor, a mulher só falta colocar os BÓFE pra fora.

Beijos, girls!

Taynã disse...

^ Monique disse tudo. Mariah sucks, falay.


Adoraaaaaaaay o post, meegs. Acho digna a destruição do KLB utilizando-se doces. Qtau?

Mas nada supera:

Sei que está lá, e ver ele voltar...

Nathy Oliveira disse...

Aff, sacrilégio o que o KLB fez com "Nada es para siempre"... E sabe o que é pior?
O público em sua grande maioria nem sabe que se tratam de versões, acham as músicas um máximo e torcem o nariz para músicas em espanhol sem saber que as originais são beeeeem melhores.
Ah, sem falar nos sertanejos né: a versão do Leonardo pra "Corazón espinado", Bruno e Marrone com versão de "Si no te hubieras hido" do M.A. Solis e Christian e Ralf com "Cantinho do seu coração", versão para "Cachito" do Maná... Ê laiá...